Essa dúvida é mais comum do que se imagina e assombra diversas famílias no momento em que recebem o diagnóstico de autismo. Como navegar nessa nova realidade? Este artigo propõe um guia efetivo e fácil de entender, para auxiliar nesta fase inicial da jornada.
Primeiramente, é crucial compreender o que significa ser autista. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição de neurodesenvolvimento que se caracteriza por diferenças notáveis nas áreas de comunicação, interação social e comportamento.
Contudo, é importante destacar que o autismo em si não é o problema. As dificuldades que emergem são mais relacionadas a possíveis prejuízos e atrasos no desenvolvimento que as características do autismo podem trazer – como alterações no processamento sensorial, desafios na comunicação e rigidez mental.
No entanto, o autismo também confere um conjunto único de habilidades e uma visão de mundo singular que se encaixa no conceito de neurodiversidade. A neurodiversidade é a ideia de que variações neurocognitivas, como o autismo, são simplesmente diferentes e não menos válidas.
Dessa maneira, é essencial entender que o autismo traz uma riqueza de diversidade para a sociedade.
1. O primeiro passo é buscar uma equipe multidisciplinar
O primeiro passo é reunir uma equipe de especialistas em várias áreas do desenvolvimento infantil. Esse time pode incluir psicólogos, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, pedagogos, fisioterapeutas, entre outros.
Esses profissionais ajudarão a identificar os possíveis atrasos e prejuízos que o autismo pode ter causado no desenvolvimento do seu filho e orientarão a família e a escola a intervir de forma eficaz.
Profissionais especializados na Ciência ABA (Análise do Comportamento Aplicada) são altamente recomendados nesse processo. Essa abordagem é baseada em teorias científicas sobre comportamento e aprendizado e tem se mostrado eficaz para ensinar habilidades e reduzir comportamentos problemáticos em crianças com TEA.
2. Realize uma avaliação comportamental com a equipe
A avaliação comportamental é uma ferramenta essencial para identificar as habilidades e dificuldades do seu filho. Esta avaliação não apenas ajudará a desenvolver um plano de intervenção personalizado, mas também servirá como referência para monitorar o progresso e fazer ajustes terapêuticos ao longo do tempo.
3. Inicie as terapias sem demora
O quanto antes as intervenções forem iniciadas, melhores serão os resultados. Mesmo quando o diagnóstico de autismo ainda é uma suspeita, é recomendado buscar recursos terapêuticos que possam apoiar o desenvolvimento da criança.
4. Ainda dentro dessas etapas iniciais busque capacitação para toda a família
A capacitação também está entre nossos primeiros passos que toda a família deve considerar. Compreender o autismo pode ajudar todos a fornecerem o apoio certo para a criança.
Os pais, cuidadores e todos que convivem com a criança autista devem buscar aprender mais sobre o transtorno, para entender melhor os comportamentos, limitações e situações decorrentes do TEA. Isso não apenas facilita o convívio, mas também ajuda a criar um ambiente mais acolhedor e compreensivo para a criança.
Informar-se sobre os direitos legais voltados para os indivíduos com TEA também é essencial, pois ajuda a garantir que eles recebam os recursos e o apoio necessários para uma vida mais inclusiva e respeitosa.
A capacitação, entretanto, não deve ser exclusiva dos pais. Irmãos, tios, avós e todos aqueles que têm relação próxima com a criança podem e devem se esforçar para compreender o autismo e adquirir habilidades para apoiá-la durante o processo terapêutico.
Uma família bem informada e engajada aumenta consideravelmente as chances de sucesso das terapias e do progresso da criança.
5. Cuide de si mesmo e de sua família ainda nos estágios iniciais
O diagnóstico de autismo pode ser uma experiência impactante e, em muitos casos, é natural que os pais e cuidadores se sintam perdidos e canalizem toda a sua energia para o cuidado da criança autista. No entanto, é fundamental lembrar-se de cuidar também de si mesmos e dos outros membros da família.
Enquanto é crucial iniciar o processo terapêutico o mais rápido possível, é igualmente importante manter um equilíbrio saudável na vida familiar. Lembre-se de cuidar de suas relações, do seu bem-estar e da sua saúde física e emocional.
Acredite, isso tem um impacto significativo no desenvolvimento do seu filho e em todo o ambiente familiar, seja seu filho autista ou não.
Conslusão
Os primeiros passos após o diagnóstico de autismo podem parecer assustadores, mas com informação, apoio e uma abordagem centrada na na criança e na família, é possível trilhar esse caminho com sucesso.
Lembre-se de que cada criança é única, com seus próprios talentos, habilidades e desafios. O diagnóstico é apenas uma parte do quebra-cabeça que forma o seu filho e, embora seja uma parte importante, não define tudo o que ele é ou pode se tornar.